Depois de ver tantos
E-mails falando de nossa missão na Terra achei interessante comentar
sobre o assunto, visto que nenhum deles faz menção aos carmas, o ponto principal de
nossa evolução.
Há uma enorme
diferença entre carma e missão. Carmassão cobranças
de vidas passadas que são cobradas a nossa revelia. Não podemos correr dos carmas,
nem dos bons nem dos maus. Embora geralmente essa palavra se refira aos débitos,
ela também pode se referir aos bons.Mas
vamos nos deter nos mauscarmas, aqueles que nos fazem sofrer.
É comum nos textos
sobre missão
mencionarem que tudo tem uma razão de ser, de existir e não há nada mais lógico
e real. Porém, sofrimentonão faz parte de missão alguma e sim de carma,
não pelo menos o sofrimentocontínuo. Os dois podem até coexistirem, mas o sofrimento
será passageiro e acima de tudo suportável naturalmente, pois a pessoa terá consciência
de sua missão.
NÃO HÁ MISSÃO
SEM CONSCIÊNCIA
DELA.Além do mais, o missionário sempre
terá a proteção de Espíritos Sjuperiores que lhão dão cobertura em sua missão.
Assim, não adianta tentar contornar o sofrimento de uma pessoa dizendo que ela
tem uma missão.
Isto é confundir,
tentar tapar o sol com a peneira como fazem os religiosos, dizendo que Deus tem
um plano de vida para cada um de nós. Ao contrário, isso só traz revolta a
pessoa, pois intimamente ela sabe que essa história NÃO É VERDADEIRA. Melhor seria
lhe explicar que ela está pagando carmas, débitos de vidas passadas para que ela tenha consciência
tal provação e sabedoria para suportá-la, melhorando sua vida com aprendizado da verdade
e principalmente praticando o bem, pois somente as boasaçõesde vidas presente pode anular
as más açõesdo passado. O resto é balela. Não existe perdão sem resgate.
Quando o grande mestre Jesus ao perdão por parte daquele que foi ofendido ele
quis dizer que se ele não cobrar do malfeitor poderá ter um nascimento
privilegiado, ao contrário de que se ele cobrar, pois terá que nascer às vezes
em condições de miséria somente para a cobrança do débito, pois com certeza o
malfeitor terá um nascimento em más condições. Muita gente prejudica sua
encarnação por isso, poderia nascer em condições boas, mas insistem na vingança
(cobrança) e aí sofrem
com o devedor. O mecanismo do carma é muito interessante. Vejamos um
exemplo:
Um carmaenvolve um homem e uma mulher nesta vida. Em
outra, eles foram amantes e ele fez besteira e ela jurou vingança. Nesta vida ele tem que
resgatar,
ficando perdidamente apaixonado por ela e ela o fazendo sofrer. Se ela o tivesse
perdoado, ele teria que resgatar, mas o resgate não a envolveria. Ele
simplesmente sofreria querendo seu amor, mas não a conseguiria. Seria um amor
por parte dele a distância e não por parte dela.
Um dos maiores problemas que o homem
terrestre tem está ligado ao seu pênis. A chamada disfunção erética que nada
mais é que impotência ameaça até os jovens. Por que temos esse problema? Por
que nos iludimos com receitas afrodisíacas que às vezes não passam de um efeito
placebo? Por que o pênis não evolui e se torna um membro naturalmente rígido,
mas flexivel o bastante para se curvar ou então com articulação feito um dedo
que se recolhe ao nosso comando mental? O problema é que a evolução é produtoda mente sobre a matéria, o desejo impõe ao
corpo mudança e esta acontece com o decurso do tempo. E isso não é utopia.
Certa vez, vi num programa de televisão que muitosanimais tem um osso no pênis. E por que não
temos um sistema parecido? Infelizmente, nossa mente é bloqueada por
preconceitos e tabus quando se trata de sexo. E o grande culpado são as religiões
que vivem impondo barreiras para o sexo, uma coisa extraorinariamente natural e
exrtremamente necessária à perpertuação da espécie. E nossa mente, com medo de
uma represária divina, se retrai e aceita inconcientemente esse desmando. Como
nosso penis pode evoluir se tudo é pecado? Criou-se uma resistência com o
passar dos séculos que hoje é difícil romper. Mesmo que indivíduos se libertem
dessa opressão religiosa os descendentes poderão nascer com a mente bloqueada e
tudo volta à estaca zero. E tudo isso
sob a édige de uma moral que nada tem a ver com o respeito ao próximo, conforme
bem ensinado pelo grande mestre Jesus. Enquanto incutem uma série de regras e
proceitos aos incautos,eles mesmos
usrupam o direito alheio, roubando e escravisando a população sem defesa e esta
é a falsa moral por detrás da máscara da moral que usam.
"Ensino
porque fui capaz de aprender, aprendi porque busquei. Educo, por que me educo e continuo a cada
dia sendo educado. Aprender é investir de desejos num objeto
saber." (Sigmund Freud)
Não podemos de
forma alguma separar o processo educacional da situação social em que se
encontra o aluno. Isso não acontece nem mesmo a título de didática, pois um é
reflexo do outro.
Sabemos que o conceito de família hoje em dia está abalado por
uma sociedade moralmente desabilitada para criar seus filhos. Aliás, o conceito
de família parece não mais existir. Casais se separam e deixam para trás filhos
desorientados. A neurose cresce assustadoramente, afetando o somático do
indivíduo. A despeito da libertinagem que toma conta, tudo é feito às escuras
sob a falsa égide de moralidade, onde os preconceitos encobrem a hipocrisia
reinante. Educar parece ser uma tarefa impossível. Além da miséria social que
pune automaticamente os menos favorecidos há também a miséria moral fruto de um
atávico sistema de “mea culpa” ligado a sexualidade onde se procura ocultar a
verdadeira psique infantil, negando-a. É neste sentido que Freud considera a
educação impossível. Enquanto persistir a ignorância ela nunca será alcançada,
Associar a
psicanálise à educação é abordar os conceitos de Freud que se encaixem na visão
pedagógica. Então, é importante compreender as pontuações que ele faz. Não se
pode analisar o conteúdo objetivo sem conhecer a subjetividade em seu
pensamento. Não se deve entender que a educação é impossível a menos que se
insista em manter a educação sexual da criança inserida no conto da cegonha.
O processo sócio-educacional é um sistema operacional onde o
adulto dá as cartas, mas do outro lado está um ser não menos inteligente e
pronto para inquirir sobre a verdade que lhe circunda. A libido empurra a
pulsão do imaginário infantil inconsciente para as saídas de emergência do
consciente. Embora seja a libido a energia sexual que empurra a pulsão ela foi
desviada para o terreno dos enganos. Como então educar, cujo sentido é tirar de
dentro, se vamos ter de sublimar tudo que sai do inconsciente? Nosso mecanismo
de defesa só deixa emergir algo que não perturbe a outrem ou a nós mesmos.
Inconscientemente continuamos nos escondendo, nos mantendo desconhecedores dos
motivos indesejáveis. Segundo Freud, a moral transmitida pela
Educação incute no indivíduo opecado e a vergonha a
algo absolutamente natural e que lhe é inato que são as práticas sexuais. Para
ele, aeducação não deve fazer uso abusivo de sua
autoridade. Deve haver uma correção educativa, porém não excessiva. Para Freud, essa atitude excessiva pode extinguir posteriormente a
curiosidade intelectual.
A paixão pelo saber origina-se da curiosidade infantil sobre sua origem. Para
Georges Mauco: “A psicanálise é exatamente a
arte de decifrar os modos de expressão do inconsciente” (MAUCO, 1968, p.14).
Depois continua: “Num sentido, a psicanálise não procura a cura, mas a
decifração dos desejos inconsciente” (MAUCO, 1968, p.15).
O grande problema, conforme
observou Freud, volta para os pais. Com todos os preconceitos sobre
sexualidade, ainda há o problema da incompetência dos pais em falar de
sexualidade para os filhos. Para Freud, esse problema estava inerente ao esquecimento
dos pais por eles também terem sido reprimidos. Freud sabe que uma educação
baseada somente na liberdade não educa, pois torna o educando inapto e
nascísico, pois acha que o mundo gira à sua volta. Por esta razão a educação
parece não ser possível uma vez que concilia-la sem repressão é muito difícil.
A solução, pois, é a orientação com autonomia, sublimar as pulsões do id sem
constranger e muito menos alienar o educando com mentiras evasivas. No todo, a boa
educação seria tratar o controle dos impulsos através da ética.
"Freud acreditava inicialmente que um
dos meios para evitar o aparecimento de sintomas neuróticos seria oferecer uma
educação não-repressiva que respondesse aos questionamentos da criança à medida
que eles fossem surgindo”. (SOUZA, 2003, p.144)
A sublimação consiste justamente no
papel do professor em dirigir as pulsões dos alunos para outros fins que não
sejam propriamente sexuais, sem, entretanto, reprimi-las. Ela deve ser sublimada para um alvo não-sexual, um objeto socialmente valorizado. Mas este é um processo inconsciente
e sabemos que o inconsciente tem um peso muito maior que o consciente. Assim,
numa relação professor-aluno é o inconsciente do professor que está mais em
evidência sobrepondo-se a todas as suas intenções conscientes. A característica
da sublimação é a dessexualização do objeto. Nele, a energia que empurra a
pulsão continua a ser sexual, mas o objeto não o é mais. Notamos então que
existe o processo de ida e volta, a transferência só irá acontecer se as
questões do inconsciente forem resolvidas, pois a transferência é uma relação
que envolve interesses e intenções
É muito complicada a questão da psicanálise
à educação. No início do século passado, Oskar Pfister e Hans Zulliger tentaram
criar uma nova disciplina chamada Pedagogia Psicanalítica e não deu certo.
Lógico que uma pedagogia não pode ser psicanalítica, pois assim estaríamos
colocando a psicanálise em segundo plano, como assessora e não como ciência.
Mas há sentido em se falar de Psicanálise Pedagógica cujo sentido é estudar os
problemas pedagógicos usando os recursos da psicanálise. Anna Freud fez parte
de um grupo que tentou incutir a psicanálise entre os educadores infantis na
esperança que seus filhos e alunos não fossem vítimas de neuroses. Na Inglaterra,
Melanie Klein e seus discípulos na Inglaterra trataram também de divulgar a
Psicanálise no país. Em princípio nada mais perfeito, pois estavam em um país
cuja época reinava um grande vínculo familiar e tinha uma natalidade altamente
controlada. O problema das dissidências pode ter atrapalhado a divulgação, mas
de certa forma não se pode dizer que a ideia não vingou. A meu ver essa deveria
ser a práxis no sistema educacional em todo o mundo. Não somente os
professores, mas igualmente a base dos estudos psicanalíticos deveria
acompanhar a grade curricular em todo processo do educando. Um ensino gradual
nos anos sucessivos faria desenvolver um mente capaz de entender a real
situação de cada um.
O desenvolvimento
afetivo-emocional de uma criança pode mostrar desde seus primeiros passos na escola
suas tendências. Mas para percebê-lo o educador teria de puxá-lo de seu
inconsciente, o que só seria possível se ele tivesse conhecimento da
psicanálise. De acordo com Maurício De Besse: “Cada história pessoal contém
episódios alguns dos quais de influência determinante em nosso futuro”a imagem de um pai ladrão com certeza irá
influenciar passiva ou ativamente (como revolta) na personalidade da criança
para sua formação adulta. Se for passiva, ele poderá seguir o caminho do pai.
Caso contrário, será uma pessoa revoltada com suas origens. A psicanálise busca
tornar manifestos, os sentimentos profundos que pesam sobre o indivíduo e
determinam as suas relações com os outros. Sempre digo que as ações são
sintomas que emergem do inconsciente perturbado (agitado). Mesmo as boas ações
precisam de uma agitação inconsciente para vir a tona.
A relação de afeto entre professores
e alunos é crucial, pois é na empatia que se estabelece o processo de
transferência.Mas o que acontece quando
em seu lugar já existe uma antipatia entre os dois? Como esse quadro pode ser
revertido sem que ninguém seja machucado emocionalmente? A situação não pode
ser forçada. Não existe explicação psicológica convincente para isso, pois esta
antipatia nasce no inconsciente de cada um. Nenhum dos dois sabe por que isso
está acontecendo. O inconsciente do professor atinge o inconsciente do aluno e
vice-versa. Por mais que um queira ser compreensível o outro tomará como
desacato qualquer palavra mal interpretada. Esta é uma relação de afeto onde
predomina o ódio. Mas há o outro lado, onde o afeto surge como amor e então as
dificuldades do aluno não parecem afetar o professor. A complexidade da mente
faz também aparecer a ambivalência, situação onde o afeto ora transparece como
amor, ora como ódio. De fato, a realidade se aproxima por demais deste último
caso e podemos dizer que somos todos ambivalentes. Ódio e amor são componentes
da mesma moeda.A situação é que faz
aflorar uma das características. Talvez se o caso fosse invertido, o professor
fosse aluno e vice-versa em vez de sentir repulsa pelo professor este sentiria
pena, uma das manifestações do amor. A aprendizagem então está também vinculada
ao afeto. O desconhecimento do outro cujas raízes jazem nas profundezas de seu
ser (inconsciente) é o motivo da antipatia e da consequente falta de
aprendizagem. Como para criança o professor é um substituto do pai a
ambivalência infantil parece mais acentuada que a do adulto. Nesta fase, ele
sabe como usar “máscara”.
Não é a toa que mesmo tendo dificuldade em alguma matéria se achamos o
professor bom, superamos aquela condição. Isso demonstra que colocamos o raport acima do conteúdo e provando de
uma vez por todas que o inconsciente é a instância predominante em nossa mente
e a transferência é um processo inconsciente. Desta forma, o conhecimento passa
a ser uma posse onde a permissão de dar e recebe não vem do consciente. Ora, a
figura do professor é pintada no consciente do aluno com os pinceis do
inconsciente, ou seja, de acordo com o que a transferência que se dá ao nível
inconsciente. É desta forma quer os conteúdos são assimilados de maneira
satisfatória ou não. Mas o processo de ensino-aprendizagem tem mão dupla e o
professor também aprende, embora seu consciente possa reprovar, as experiências
do aluno vão para ele e essa volta e que Freud chamou de contratransferência.
Esta só é eficaz se houver empatia do professor para com o aluno. Mesmo assim,
devemos ter em mente que ambos possuem mecanismos de defesa que podem varia de
estilo e intensidade. Diga-se de passagem, baixamos a guarda quando existe a
simpatia por alguém. E este pode ser o perigo, pois podemos cair no ardil
mental de alguém. Para Lacan, ensinar é gerar transferência de trabalho e desta
forma fazer os alunos buscar o que eles não sabem. Se há falhas na transmissão
dos conteúdos é por que não houve uma verdadeira transferência de trabalho. Lacan fala de uma proposta é
emancipadora, onde o educador orienta, questiona, relaciona, motiva e constrói
o processo de aprendizagem, sem tirar à autonomia do aluno.
O
professor deve insuflar
no educando o desejo de aprender. Mas existe o saber organizado onde mesmo que
não queira exerce uma autoridade, pois dele o sistema exige que mostre sua
competência passando provas, reprovando etc. o saber organizado, inclusive com
um currículo que não tem nada a ver com a realidade do aluno compromete
qualquer tentativa de sucesso na educação. A gente só aprende o que se
interessa em
aprender. Experiências psicoterápicas mostram que quando um
aluno tem aversão a determinada matéria é porque guarda no inconsciente uma
situação desagradável que a envolve. O que diremos então quando o aluno rejeita
todas as matérias? Aí a situação é diferente. Outros parâmetros psíquicos estão
em jogo. De
fato, todo ser humano traz imerso no inconsciente uma vocação. Desperta-la é
que é o problema, principalmente com uma grade curricular totalmente
desarticulada da realidade do aluno como é a nossa. Para sanar essa situação,
em primeiro lugar devemos adaptar
as disciplinas à realidade do aluno, não somente a realidade cultural, mas
àquilo que ele gosta de fazer, explorando sua aptidão natural. O conhecimento
básico de todas as disciplinas deve estar inserido no conhecimento profissional
do aluno, em todos os níveis de ensino. A questão não é difícil de elaborar na
prática. Por exemplo, alunos com tendência a pintura, o próprio vocabulário já
deve lhe dar uma noção do que é ser um pintor profissional. As noções de
ciências como cor, brilho já podem ser ensinadas em cima de sua pintura.Os conhecimentos de química, física etc. envolvessem
tintas e técnicas inerentes a esta arte. Um agricultor, por exemplo, receberiam
aulas de ciências primordialmente voltadas não somente à agricultura, mas ressaltando
sua responsabilidade com a preservação do meio ambiente, evitando assim a
devastação florestal. A esse respeito, conheci no interior um cidadão
trabalhador que nunca estudou. Ele falou que seu pai insistiu para ele ira à
escola, mas ele só queria estar com a enxada trabalhando a terra. Mas o mesmo
não teria acontecido se sua alfabetização tivesse sido associada a instrumentos
do trabalho agrícola como enxada, arado etc. Alunos com tendência à música, já
começaria suas noções daquelas matérias acompanhadas de seu instrumento
preferido. E o mais importante de tudo isso é que essa tendência natural, essa
vocação está lá dentro do INCONSCIENTE não só individual como também no
coletivo.
De
fato, quando falamos de inconsciente abrimos um leque de possibilidades de
estudo, são muitas vertentes partindo deste caudaloso rio adormecido. Quando
falamos da relação professor-aluno, ensino-aprendizagem não devemos esquecer
que está em jogo também o inconsciente dos pais que atinge todo processo
professor-aluno e por que não nos estendermos para o inconsciente coletivo de
Jung. O inconsciente do discípulo não alcançará o raport com o do mestre se esse relacionamento não estiver em
uníssono com o dos pais ou da figura responsável pelo aluno. Mas como pode um
pai ou uma mãe dar ao filho algo que ele não tem? Educação é um processo
atávico, pelo menos a chamada educação doméstica que enfatizamos em nosso
estudo. Sem ela o envolvimento professor-aluno se torna ainda mais difícil.
Se no plano inferior de Claparéde a criança atrai tudo que possa
satisfazer seus desejos, suas necessidades caracterizando a subjetividade do
inconsciente, o plano objetivo da realidade é construído sob a pressão social. Neste
ponto podemos dizer que educar é atingir o equilíbrio entre as pulsões inconscientes
e as exigências da realidade social. Inconscientemente, o professor evoca na
criança a imagem do pai. Se o pai é para a criança um ser bondoso e o professor
se iguala a ele, haverá de imediato o raport
e a transferência é realizada. Porém, como a sociedade exige cumprimentos de
regras, o professor pode se mostrar autoritário, dificultado a transfusão
psíquica entre seus inconscientes. Os laços familiares têm a culminância da
posse, enquanto os laços escolares não alcançam tal intensidade. Na escola a
criança é apenas membro de um grupo e é justamente o grupo formado pela classe
a que pertence onde ele vai mais se identificar. É por essa razão que em uma
pesquisa que fiz muitos alunos disseram que gostavam de ir à escola para
encontra os colegas. É por esta razão também que os alunos gostam mais daquele
professor que é “mais colega”. As tensões ai são bastante reduzidas.
O papel da escola é fundamentar o
processo sócio-educativo de tal forma que o trabalho escolar possa conduzir as
energias puncionais que estão à deriva na mente do aluno, entregues aos
fantasmas do seu inconsciente, para que jorre na realidade consciente de forma
satisfatória, sem que perca sua natureza, apenas a transforme na aplicabilidade
social em que vive e ainda proporcione a ele melhoria de sua condição com
ingresso no mercado de trabalho. Desta forma, o inconsciente dos desejos e
afetos do aluno se transformarão no consciente social cidadão. Mas isso só se
dá quando o aluno sente que nele se inicia as atividades do adulto. A
sublimação vem da transferência que é essencialmente inconsciente. Na
realidade, a sublimação é a transferência de interesse inconsciente sobre alago
de socialmente confessável. A energia afetiva desgovernada sem controle, sem
finalidade gera perturbação mental, tensão, recalque.
Será
que um professor neurótico (e parece que neuróticos somos todos nós) pode direcionar
a pulsão do aluno sem que sua neurose pegue carona?O educador deve saber distinguir autoridade
de coerção, pois que sua ação é diretiva e um freio ao desejo do aluno.
Ademais, a autoridade é uma força psicológica interior que se impõe por si
mesma. A simpatia é uma disponibilidade afetiva positiva. Para isso o aluno tem
que sentir segurança no professor. Mas como analista, o professor tem que ter
uma atitude não intervencionista e não moralizante. Lembremos que o
psicanalista trabalha no plano dos fantasmas e não tem que intervir no plano da
realidade. No caso da criança as imagens simbólicas estão fortes. A sexualidade
é a origem da sensibilidade e da dinâmica originando sua capacidade para os
relacionamentos humanos. É nesse sentido que o professor tem que possibilitar
ao aluno que ele mesmo tire de dentro do seu inconsciente toda essa pulsão que
já vem acometida de tensões domésticas e transformá-la em conteúdos positivos
para sua personalidade. E a adversidade doméstica não é pouca.
Quando
dirigi uma escola pública presenciei vários inconvenientes na relação
mãe-aluno, mãe-aluna. Havia uma garota de 8 anos muito agressiva. Qualquer
coisa que dizíamos ela chamava um palavrão. Muita conversa aconteceu e o
próprio crescimento da garota já com seus nove anos foi melhorando. A
pré-adolescência concorreu para isso. Ela começou a se maquiar e mostrar que
sua feminilidade potencial estava despertando. Certa vez, a mãe entrou na
secretaria onde ela estava e na frente de todo mundo começou a tirar-lhe a
maquiagem de modo rude. Tive que intervir e explicar a despreparada mãe a
respeito da feminilidade da garota e de sua proximidade com a puberdade. Fiquei
imaginando o que se passava em sua casa. Logicamente a origem da agressividade
da garota estava em sua própria casa, mas como chegar lá? Costumava dar
palestras individuais aos pais, cumprindo minha parte no contrato didático que
assumi. Cheguei a conclusão que o inconsciente dos pais deveriam abrigar uma
fossa de problemas que envolviam todo sua miséria social, pois que a maioria
deles e delas eram pescadores e catadores de sururu. Talvez seja por razões
assim que Freud buscou na filosofia a base de suas pesquisas. E quando se fala
em filosofia deve-se incluir também a sociologia, pois ambas andam de mãos
dadas.
“Para
justificar o fato de que nem todos conseguem usufruir as benesses educacionais,
usa-se a ideologia dos dotes naturais. As causas devem ser buscadas em certas
características dos indivíduos ou grupos de indivíduos. Os excluídos assumem a
culpa de seu fracasso se considerando incapaz de aprender por burrice ou falta
de força de vontade”. (ROSEMBERG, 1981).
Observamos que dotes naturais
que o autor aqui se refere não são habilitações naturais e sim potencialidade
de inteligência que, infelizmente, ainda faz parte do processo de exclusão
social.
Conforme diz Guiomar de Mello ”...se a
escola é parte inseparável da totalidade do social – e é exatamente isso que me
obriga reconhecer que ela é determinada pelos fatores econômicos amplos -,
então ela apresenta internamente as
mesmas relações de mudança e de reprodução que caracterizam aquela totalidade.”
A meu ver, Todo ensino, desde
a infância, deve ser voltado para uma futura profissão do aluno, embasado
naquilo que ele mais gosta de fazer, suas inclinações naturais, sua vocação e
esta está bem em seu inconsciente. Por esta razão, isso é possível deste o
maternal.
Para Carvalho, “O aluno percebe a artificialidade do
currículo que serve “para montar o horário” e que revela o caráter ideológico
do conteúdo de ensino”. O que não é para menos. Os currículos são
preparados por pessoas totalmente alheias da prática do dia a dia escolar que
apenas copiam parâmetros de uma educação imaginária. No entanto, livros como
Poluentes atmosféricos e Natureza e Agroquímicos que trazem informações que lhe
interessam são ditos para-didáticos e os alunos nem tem acesso.Onde está a lógica em tudo isso? Como diz
Platão “deveríamos ser educados desde a infância de maneira a nos deleitarmos e
de sofrermos com as coisas certas: assim deve ser a educação correta”
Luiz de Mattos é categórico
quando diz: “A motivação é uma condição essencial e permanente da aprendizagem.
A rigor, só ocorre a autêntica aprendizagem quando os alunos estão realmente
interessados e empenhados em aprender”. Mais adiante conclui: “É inútil tentar
incentivar os alunos para a aprendizagem, acenando-lhe com valores abstratos e
vantagens remotas, que se situa muito acima ou muito além dos seus horizontes
mentais imediatos”.(10, pp. 219 e 220).
“Estudos realizados apontam para conflitos e
contradições existentes entre alunos trabalhadores, a escola e o local de
trabalho, revelando ora uma suposta ausência de relação entre eles, ora uma
negação, pela escola dessa relação enquanto uma experiência de valor
educativo-pedagógico” (Mafra).
Por
esta razão não importa a que público se dirija à educação, é o desenvolvimento
da personalidade humana que estamos aperfeiçoando. A pedagogia sem o apoio da
psicanálise será como um poço vazio.Os
arquétipos montados exigindo paradigmas mentais não podem ser alcançados, pois
cada mente é um sistema complexo de Id, Ego, e Superego. O comportamento humano
é fruto da interação dessas instâncias, mormente aquela parte dominada pelo
inconsciente. Cabe ao professor transpor todas as barreiras da defesa do aluno
e chegar até ele. Nessa hora ele se torna um psicanalista. No final, há uma
cultura de renúncia pulsional que dá origem a neurose. Este é o preço para se
viver numa civilização. O ciclo se forma. Cada vez que evoluímos como animais
pensantes mais nos recalcamos e mais neuróticos ficamos, pois há uma contradição entre pulsões sexuais e civilização. Desta forma, a
educação no modo que é hoje aplicada gera recalque e neurose. Mas isso não
deveria ser assim, pois deveríamos dirigir as pulsões, mas mantendo as sexuais
sadias e não as generalizando como devastadoras e corrompidoras da moral. Freud
sempre indagou por que a educação foi sempre repressora. A base da educação
está recalcada nos preceitos religiosos. Como aceitar o estudo da sexualidade
infantil se, para religião, a pessoa nasce com o chamado pecado venial que é o
de ter nascido através do sexo?Todas as
religiões são opressoras e incutem na cabeça do povo a chamada “minha culpa,
minha máxima culpa”. Ao contrario do que os puritanos pensam, Freud sempre
achou que os educadores deveriam buscar o equilíbrio entre o prazer individual
e o prazer coletivo que são as necessidades sociais. A sexualidade sempre está
presente na criança, manifestada de alguma forma dependendo de sua fase
evolutiva. Então por que esconder algo que é tão natural? Por que não ensinar
devidamente a criança o que ela busca saber? Ora, senhores educadores, Freud
foi profundo no sentido cósmico da sexualidade, pois ela existe deste o
interior dos átomos até na grandeza estelar, através do mecanismo de atração e
repulsão. Sexualidade é o compartilhamento de energias complementares, do Yang
e do Yin. É a castração mental da sexualidade infantil que traz a perversão do
adulto. A sociedade mundial adquiriu um pensamento obsessivo de imoralidade em
ralação ao ensino da sexualidade e a sala de aula é uma prova disso. Os homens
a debocham e as mulheres a rejeitam. As pessoas confundem sexualidade que está ligada a tudo que se
relaciona com o prazer com sexo, erotismo. Mas no
inconsciente ela está presente na forma de desejo e é essa contradição que leva
a neurose quando adultos. Vemos na sala de aula um veadeiro estado de ansiedade
caracterizada pela vontade do Id de conhecer o desconhecido e o medo imposto
pelo superego, totalmente alienado pelos preconceitos sociais. O armazenamento
no inconsciente de todo esse temor causado pela repressão de suas pulsões do id
em vez de sublimadas como deveria ser no processo educativo são uma verdadeira
lavagem cerebral nos alunos, fazendo com que nunca saiamos da fase: meninos
usam azul e menina usam rosa e está difícil de sair dela.
Contudo, os jovens de
hoje não são mais os jovens de antigamente e em vez de simplesmente baixarem a
cabeça para explicações irrisórias da cegonha e outros mais, se rebelam e
buscam trajetórias que não deveriam recorrendo a drogas e outros atos anormais.
Aquilo que antes era reprimido na infância e adolescência e só vinham à tona na
fase adulta, agora vem na adolescência.E esta rebeldia é uma manifestação neurótica e na medida em que avança
na idade outros tipos vão aflorando para perturbá-lo. Não estaria aí, na
deseducação sexual infantil a causa dos diferentes tipos de neuroses? Logo, no
primeiro ensaio sobre a sexualidade Freud observa a sexualidade no ser humano
não acompanha a natureza e passa por desvios, tornado-o pervertido. Fala-se em
educação para fazer um cidadão, mas como isso será possível se o processo
educacional é para fazê-lo recalcado?
Guiomar de Mello comenta “O modo como o professor entende o que é ser
bem sucedido na vida em nossa sociedade provavelmente se associa com a ideia de
sucesso e fracasso escolar que possui”.Essa ideia tende a ser passada para o estudante, mas o que ele vê na
realidade é coisa bem diferente: pessoas que alcançaram o sucesso financeiro
sem a ajuda do estudo, ou melhor, dizendo, da escola. Isso prova sua ineficiência
em termos de preparar o aluno para o mercado de trabalho. Falamos de um modelo
de ensino orientado para metas, como a escolha de objetivos educacionais
apropriados. Afinal, “ninguém sabe para que servem as coisas que a escola
ensina”.
Houve uma tentativa de
mudança na educação com a chamada Escola Nova, onde se buscava a não repressão.
Foi uma boa tentativa, mas que encontrou duas barreiras: a primeira era que os
conceitos antigos ainda permaneciam no superego de todos. A segunda é que
educação exige sublimação das pulsões e como esta é um processo inconsciente
haveria sempre o risco de em não reprimi-las as crianças se tornarem bárbaras e
anti-sociais.De fato que no processo
educacional sempre existirão barreiras a ser transpostas por que este é um processo
evolutivo e a evolução exige quebra de conceitos e surgimento de novos. Por
isso Freud chamou de impossível como algo que nunca será completamente
terminado, mas nunca que não se pode realizar. Afinal, estamos lidando com o
inconsciente, algo imponderável que só conseguimos entende-lo quando emerge ao
consciente e mesmo assim ainda temos de decodificá-lo. Para Melaine
Klein o educador deve ser um interventor para o desenvolvimento emocional e
cognitivo dos alunos. Mas para isso, o educador deve conhecer bem, entre
outros, o conceito de transferência e contratransferência. Eu defendo a justa incorporação da psicanálise no currículo dos
candidatos à educadores. Entretanto, outro problema está na singularidade
do aluno. Como numa classe com mais de trinta alunos, orientar todos se cada um
tem sua realidade?Não é fácil
implementar o processo de individualização de Jung. Lembrando ainda que para
ele o professor não deve subjugar o aluno e que um bom relacionamento recíproco
é melhor que qualquer método didático empregado. Isso requer que os educadores
tenham uma sólida base psicanalítica. Talvez o melhor seria que os alunos fossem
acompanhados durante sua trajetória escolar por psicanalistas, objetivando
sempre melhorar sua performance no modelo educacional em pauta. Oskar Pfister era um pastor
protestante suíço, nascido em 1873. Ele usou a Psicanálise como auxiliar na
educação de jovens sob a sua tutela na paróquia que dirigia em Zurique. Mais tarde,
em 1908, firmou amizade e cooperação com Freud até sua morte em 1939. Pfister
defendia a aplicação prática de uma técnica psicanalítica especial para a
Educação e igualmente para a terapia de crianças. Ele procura descobrir as
inibições prejudiciais escondidas no inconsciente infantil. O grande problema
era que ele definia o caminho do bem nos preceitos de sua religião. Hans
Zulliger, um colega seu, obteve bons resultados na aplicação da Psicanálise em
crianças de 12 ou 13 anos, chegando, inclusive, a escrever um livro chamado As
crianças difíceis, de 1946. Ele próprio aplicava a psicanálise em
seus alunos. Interessante é que uma de suas medidas era recomendar para a
criança uma mudança de ambiente familiar, quando julgava ser esse ambiente o
principal causador de sintomas. Ora, se fosse nos dias de hoje aqui no Brasil
onde praticamente nem existe mais os laços familiares o que ele iria fazer?
Anna Freud defendia uma idéia oposta a dele, acreditava que o analista devia
ocupar um lugar de autoridade frente à criança. Deveria tentar convencer a
criança que ela estava doente e de que precisa da ajuda do analista. Observamos
que quando a transferência é realizada plenamente há o risco da alienação,
porque ao se identificar com o educador ela será modelada e esse modelo é fixo
e fictício, o ideário que é reforçado pelos pais, entretanto ela tem que
evoluir e isso exige livre arbítrio de pensar e agir. Logo, o que deve haver é
o equilíbrio entre transferência e resistência. O educador precisa reforçar o
eu do educando. Orientar, mas deixá-lo livre para agir. Hoje nos temos uma
educação que procura uma igualdade exterior. Isso não só é impossível a nível
externo como principalmente a nível interno onde reside a chave de todo poder
psíquico que é o inconsciente.
Nos processos afetivos, Freud contempla questões infantis na escola
que podem impulsionar seus interesses sexuais, mesmo que sejam desprazeirosos,
como a ansiedade antes de uma prova, a angústia ao se tirar nota baixa etc. Mas
há os casos prazerosos como a coleginha que passa de minissaia, o despertar de
uma paixão, por exemplo. Todos esses casos podem levar à puberdade e à fase
adulta o prazer da leitura ou visão de fantasias que encubram os desafetos ou
deleitem a necessidade mental com sua imaginação. O trabalho intelectual é
inequivocamente uma atividade que induz a excitação sexual tanto em jovens como
em adultos que se manifestará normal ou não, de acordo com o que ficou
determinado na sua sexualidade infantil.
Para
Piaget: “A assimilação é a incorporação de um novo
objeto ou idéia à que existia anteriormente, ou seja, ao esquema que a criança
possui. A acomodação implica na transformação do organismo para poder lidar com
o ambiente; diante de um objeto ou nova idéia a criança modifica e aprimora
esquemas adquiridos anteriormente. A adaptação representa a maneira pela qual o
organismo estabelece um equilíbrio entre assimilação e acomodação, adaptando-se
continuamente às imposições feitas pelo ambiente mas também sendo um sujeito
ativo e modificando este mesmo ambiente." (GOULART, 2001, p.134)
A formação integral do aluno
requer a produção do conhecimento da escola mais a educação doméstica por parte
da família, só que esta está esfacelada no Brasil. Mães que têm 3, 4 filhos,
sendo que cada um tem um pai e muitas nem sabem quem são os pais. Certa vez
estava fazendo a renovação de matrícula em uma escola perguntei a um aluno o
nome de seu pai. Ele me veio com uma resposta desabafante: “eu sei lá
daquele..., nem sei nem quero saber”. Era revoltado porque nem conhecia o pai.
Não sei por que razão
exige-se dos candidatos a cargos não profissionalizantes diplomas dos cursos
fundamental e médio, quando o mais sensato seria aplicação de testes
correspondentes aos seus trabalhos.Esta é a razão pela qual os alunos vão logo dizendo aos seus professores
que o quer querem é “passar”. Esta
frase eu mesmo já ouvi várias vezes. Eles dizem logo que fulano ou beltrano ou
um amigo prometeu lhes arrumar um emprego tão logo eles concluam o curso
fundamental ou médio, dependendo do tipo de emprego. Outros, já têm o emprego e
o patrão prometeu uma promoção quando eles terminarem o curso médio. Ora,
teoricamente isso pode até parecer um estímulo, mas na prática é um desastre,
não funciona e se torna um vício. Testar os conhecimentos e habilidades dos
alunos sim, é que seria um estímulo real para que ele se tornasse competente em
seu trabalho.
Guiomar de Mello comenta “O modo como o professor entende o que é ser
bem sucedido na vida em nossa sociedade provavelmente se associa com a ideia de
sucesso e fracasso escolar que possui”.Essa ideia tende a ser passada para o estudante, mas o que ele vê na
realidade é coisa bem diferente: pessoas que alcançaram o sucesso financeiro
sem a ajuda do estudo, ou melhor dizendo, da escola. Isso prova sua
ineficiência em termos de preparar o aluno para o mercado de trabalho.
Infelizmente o que vemos no Brasil é a preocupação com números e educação não
se faz com números, pois estes não retratam qualidade, somente quantidade.
Segundo José Moreira da Silva “A
educação tem um papel fundamental como meio de influenciar o comportamento dos
indivíduos. Convém ensinar as pessoas a pensar e a agir em sociedade. As
escolas deveriam se voltar para formar um bom cidadão e não somente fazer com
que pessoas acumulem conhecimentos que nunca serão utilizados. A escola deveria
ensinar lógica, matemática e línguas desde o começo. A lógica serve para evitar
que as pessoas sejam presas fáceis de qualquer aproveitador que apareça pela
frente”
“POVO EDUCADO É POVO
FELIZ
POVO FELIZ É POVO SEM VIOLÊNCIA”
Prof. Pedro Cabral Cavalcanti
BIBLIOGRAFIA
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Editores – Rio de Janeiro, 1968
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história, atualidade e perspectivas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.